INTERNACIONALIZAÇÃO
Fitesa lidera mais uma vez Ranking FDC de multis brasileiras
Empresa gaúcha de não-tecidos manteve a maior presença relativa nos mercados globais entre as transnacionais de capital nacional
Publicado em 28 de novembro de 2018, 17:55:02Fábrica da Fitesa na China: em sete países fora do Brasil Divulgação Fitesa
A Fitesa é tetra. A empresa de Gravataí, no Rio Grande do Sul, ficou pelo quarto ano seguido à frente do Ranking FDC de Internacionaização das Empresas Brasileiras, compilado pela Fundação Dom Cabral (FDC), de Minas Gerais.
A Fitesa produz não-tecidos — materiais de origem petroquímica (ou alcooquímica) usados como revestimentos em fraldas e produtos descartáveis de uso médico ou higiênico.
Com unidades em sete países das Américas, Europa e Ásia — China, Estados Unidos, México, Peru, Itália, Suécia e Alemanha, além do Brasil — a empresa alcançou o índice de internacionalização de 0,764, o maior entre as 69 transnacionais brasileiras que participaram da pesquisa neste ano.
AS BRASILEIRAS MAIS GLOBAIS
(por índice de internacionalização)
EMPRESAS | ÍNDICE DE INTERNACIONALIZAÇÃO |
---|---|
1 Fitesa | 0,764 |
2 Odebrecht | 0,718 |
3 Intercement | 0,706 |
4 CZM | 0,658 |
5 Stefanini | 0,646 |
6 Iochpe-Maxion | 0,630 |
7 JBS | 0,576 |
8 Minerva Foods | 0,558 |
9 Metalfrio | 0,554 |
10 Tupy | 0,543 |
O número mostra um avanço na presença internacional da Fitesa; no ano anterior, o índice da empresa tinha sido 0,737. Para medir o grau de internacionalização das empresas, a FDC utiliza a metodologia da UNCTAD, a agência das Nações Unidas que trata de comércio, investimentos e desenvolvimento.
A fórmula compara os ativos, as receitas e o número de funcionários que cada empresa mantém em países estrangeiros, com os dados totais nessas categorias, somadas as operações no país de origem e no exterior. Dessa forma, faz uma avaliação proporcional das operações de uma empresa realizadas no exterior, em relação aos números totais, e não apenas valores absolutos.
Para incluir franquias no levantamento, a FDC desenvolveu uma fórmula própria, adaptando o conceito da UNCTAD às peculiaridades de uma empresa franqueadora — que não investe diretamente nos mercados externos, mas licencia sua marca e know-how para franqueados locais.
No ranking das empresas que operam como franquia, a marca brasileira mais internacionalizada foi a mineira Localiza, de locação de veículos. Assim como a Fitesa, a Localiza manteve a posição de liderança entre as franqueadoras.
AS MARCAS MAIS FRANQUEADAS
(por índice de internacionalização)
EMPRESAS | ÍNDICE DE INTERNACIONALIZAÇÃO |
---|---|
1 Localiza | 0,233 |
2 Puket | 0,050 |
3 Chilli Beans | 0,046 |
4 Sobrancelhas Design | 0,044 |
5 Hering | 0,026 |
A FDC faz o levantamento da presença de empresas brasileiras nos mercados internacionais desde 2006. O trabalho ganhou um novo título este ano — Trajetórias de Internacionalização das Empresas Brasileiras.
A pesquisa deste ano leva em conta os números de 2017 e destaca diversas dimensões da internacionalização, além de calcular um índice geral para cada participante.
A Stefanini, por exemplo — empresa paulista de consultoria em estratégia e Tecnologias da Informação & Comunicação — destacou-se como a transnacional brasileira de implantação global mais ampla, com subsidiárias próprias em 40 países.
No ranking geral — que pondera ativos, receitas e número de funcionários — a Stefanini foi a 5ª colocada com o índice de internacionalização de 0,646, mantendo a mesma posição que ocupa há quatro anos.
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A pesquisa constatou também que empresas transnacionais brasileiras estavam presentes, em 2017, em 82 países de todos os continentes. As Américas e a Europa são as regiões preferidas pelos empresários nacionais para se internacionalizar, com presença mais concentrada nos Estados Unidos, na Argentina e no México.
Nesta versão mais recente do levantamento, a Fundação Dom Cabral apresentou ainda uma proposta de Diagnóstico da Capacidade de Expansão Internacional, que poderá ser usado pelas empresas como instrumento de planejamento e avaliação de suas estratégias de internacionalização.
O diagnóstico foi desenvolvido pelo Núcleo de Estratégia e Negócios Internacionais da FDC, empregando indicadores que representam cinco dimensões a ser levadas em conta num processo de expansão internacional: Proposta de Valor, Modelo de Negócios, Modelo Organizacional, Talentos e Liderança e Gestão de Stakeholders.
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