INTERNACIONALIZAÇÃO

De portas abertas

Publicado em 17 de outubro de 2018, 10:21:36

Sloan School: uma das cinco escolas do MIT   Divulgação MIT Sloan

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Esta reportagem é composta de três partes. Leia os demais textos nos links abaixo:

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FAZER UMA especialização ou contratar uma consultoria no exterior custa caro — esse costuma ser o primeiro obstáculo que vem à mente de um empreendedor na hora de pensar em crescer fora do Brasil. O Laboratório Global de Empreendedorismo (G-Lab) da Escola de Administração Sloan do MIT é uma exceção: o programa de aprendizagem prática é quase gratuito.

As empresas selecionadas para participar da iniciativa só precisam pagar os custos da viagem e da estadia das equipes de quatro estudantes destacadas para assessorar cada uma delas, no período de um mês que vão passar trabalhando in loco. O custo final pode variar em razão das diferenças de preço de passagens de avião e hotéis entre o Brasil e outros países.

Fundado em 1861, na cidade de Cambridge — vizinha a Boston, nos Estados Unidos —, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) é uma universidade privada que tem como missão fomentar o conhecimento nas áreas da ciência e tecnologia por meio da pesquisa.

Algumas das mentes mais brilhantes do mundo passaram por suas salas, como alunos ou mestres. Até 2015, 85 antigos ou atuais estudantes e professores da universidade ganharam um Prêmio Nobel, o último deles em Química, em 2015.

Desde 1993, não há um ano sequer em que um pesquisador que tenha passado pelo MIT deixe de receber um Nobel. A Sloan Management School é uma das cinco escolas do MIT (com 32 departamentos acadêmicos divididos entre elas).

Segundo Michellana Jester, coordenadora do programa G-Lab, o curso que promove a parceria entre estudantes e companhias de países emergentes da América Latina, África, Oriente Médio e Sudeste da Ásia é um dos mais concorridos da escola de administração. Consequentemente, alguns dos melhores alunos de MBA do MIT fazem parte dos times participantes.

O programa se repete todo ano. Para ter um projeto selecionado, a empresa precisa preencher um formulário online em junho. Nele, a empresa deve descrever o desafio enfrentado e o tipo de solução que gostaria que o time do G-Lab apresentasse. Além de textos, podem ser enviados vídeos e outras ferramentas que tornem o case mais atraente.

Jester: 60% dos alunos do MIT vêm de fora dos EUA   Divulgação MIT Sloan

O domínio do inglês é uma exigência, mas é possível solicitar equipes com fluência em outras línguas — o que pode facilitar, por exemplo, a definição de estratégias em algum país que a empresa pretenda investir. Vale lembrar que 40% dos alunos do MIT são americanos, mas os demais 60% têm as mais diferentes nacionalidades.

“Percebemos que esta diversidade traz muitos benefícios”, diz Michellana. “Um estudante da Ásia, por exemplo, saberá falar com mais propriedade sobre empreendedorismo na região para uma empresa do Brasil com planos de expansão no Oriente, e poderá até fazer contatos por lá.”

Após os coordenadores do G-Lab escolherem as empresas host, os alunos são apresentados aos projetos e, a partir daí, em conjunto com orientadores, são designadas equipes de quatro estudantes para o estudo de cada caso.

A atividade de cada grupo junto ao host, ao longo do período completo, é acompanhada por mentores, escolhidos entre professores e coordenadores experientes da escola de negócios. A professora Sharmila C. Chatterjee, uma senior lecturer em marketing da Sloan MIT, é uma dessas mentoras.

Nos últimos três anos, ela supervisionou as equipes que trabalharam com a Neoway, de Santa Catarina, uma experiência que a dra. Chatterjee considera muito gratificante. Para ela, a Neoway é uma empresa extremamente inovadora no âmbito de Big Data e Data Analytics.

Em meados de outubro, é realizado um evento, o MIT G-Lab CEO Summit, para o qual são convidados executivos das empresas participantes. Apesar de a ida não ser obrigatória, Michellana enfatiza que essa é uma grande oportunidade para que o host conheça de perto a equipe com quem vai trabalhar nos próximos meses.

As companhias que entram no foco do programa têm, em geral, de cinco a sete anos no mercado; precisam redefinir rumos ou expandir-se nacional ou internacionalmente; possuem faturamento aproximado de 1 a 15 milhões de dólares e têm entre cinco e oito gerentes executivos.

Ao final do intercâmbio, a equipe do MIT deixa como legado não só diretrizes teóricas, mas recomendações concretas para que o host possa pôr em prática as estratégias concebidas.

“Apesar de planejamento estratégico e análise serem a base do G-Lab, o time tem o compromisso de deixar ferramentas tangíveis, como modelos financeiros e planilhas, listas com potenciais clientes e investidores, filtros de rastreio e ferramentas de avaliação de M&A, por exemplo”, garante a coordenadora do programa.

As empresas interessadas em se candidatar ao programa podem fazer contato através do e-mail g-labfaculty@mit.edu ou acessar o site da Escola de Administração Sloan http:// mitsloan.mit.edu/actionlearning/ labs/g-lab.php.

Uma versão deste texto foi publicada nas páginas 24 e 25 do número 33 da Revista PIB de abr/mai/jun/2016.

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