No fim do século 19, quando a cidade já abrigava 2,5 milhões de pessoas,  havia um lixão na ponta sul da ilha de Manhattan, onde no período colonial  ficavam canhões para a defesa da cidade. Ali foi feito outro oásis, o atual Battery Park, com 10 hectares (de lá saem os passeios de barco até a Estátua da Liberdade).

Último exemplo, antes de chegar ao nosso assunto: nos anos 60, quando Nova York já tinha 7,8 milhões de habitantes, surgiu numa antiga área degradada de 6 hectares no meio de Manhattan o Lincoln Center, um espetacular conjunto de auditórios e teatros  que abriga doze instituições culturais, entre elas a Filarmônica, o New York City Ballet e a Metropolitan Opera.

Vista do projeto desde o Central Park (as torres em silhueta ao fundo, na margem de Manhattan do rio Hudson)     imagem Related Oxford

O que marcará Nova York neste começo de século é o projeto conhecido como Hudson Yards, cuja construção começou em 2012 e começa a ser entregue (ficará totalmente pronto em 2024).

Visão de projeto da praça arborizada e do pavilhão no nível térreo do novo bairro              imagem Visual House/ NelsonByrdWoltz 

Trata-se de um arejado conjunto de prédios de escritórios, edifícios residenciais, centros comerciais e espaços públicos, construído não exatamente nos antigos pátios ferroviários ao sudoeste de Manhattan (delimitados pela Décima Avenida e pelo rio Hudson, entre as ruas 30 e 34), mas sobre eles.

Visão do projeto de restaurante em terraço aberto sobre a praça    imagem Related Oxford

Isso mesmo: todo o arrojado empreendimento está sendo construído sobre plataformas que cobrem os pátios ferroviários e a entrada dos túneis que ligam Manhattan a Nova Jersey. A revista Fortune descreveu o empreendimento de 11 hectares como “uma cidade dentro de uma cidade”, o maior projeto de construção civil da história dos Estados Unidos e um dos maiores desafios de engenharia civil da história de Nova Iorque.

O canteiro de obras de Hudson Yards em fotografia de outubro de 2018    foto Related Oxford

www.hudsonyardsnewyork.com

Os números impressionam mesmo: 24 andares, 22 restaurantes para o festim gastronômico, 24 piscinas e 2.759 cabines para 6.680 passageiros (melhor dizer hóspedes) e mais de 2.200 tripulantes.

O gigante Symphony of the Seas: sete “bairros” para quase
sete mil hóspedes   Royal Caribbean

Essa cidade flutuante é mais populosa que ¼ dos 5.570 municípios brasileiros. Cidade mesmo, tanto que para organizar a diversão e atividades a bordo o navio foi dividido em sete “bairros”, um deles o Central Park, espaço verdejante e aberto que ocupa o centro do navio de uma ponta a outra.

Há de tudo para todos os gostos, de musicais da Broadway a parques aquáticos, de monitoria para crianças em inúmeras atrações a esportes radicais para fanáticos.

A alta tecnologia está à mão por toda parte: um aplicativo no seu celular coloca você na sala de comando do gigante. Divirta-se e procure não engordar.

www.royalcaribbean.com/cruise-ships/symphony-of-the-seas

O PIB anual de 120 milhões de dólares garante certa afluência à população, auto suficiente em quase tudo – a defesa é garantida pelo governo de Sua Majestade (e reforçada desde a guerra de 1982, quando a ditadura argentina ordenou a ocupação militar das ilhas).

Ovelhas para a produção de lã: esteio da economia das Falklands    foto Falkland Islands Government

Port Stanley, a pitoresca capital (e praticamente única cidade), acolhe visitantes com alguns hotéis, airbnbs e restaurantes. A economia é baseada em pesca sustentável, agricultura orgânica em plena expansão, lã de carneiro de ótima reputação e crescente ecoturismo.

Para quem quer admirar aves do sul, pinguins e a suave paisagem local, é um prato cheio. Para os brasileiros ficará mais fácil fazer a descoberta das Malvinas em 2019. Com autorização britânica e argentina, sacramentada no recente G20 em Buenos Aires, a Latam brasileira voará uma vez por semana de Guarulhos a Port Stanley com escala em Rosário, num trajeto de pouco mais de quatro horas.

Garoto falklander brinca com pinguins na praia: natureza charmosa e preservada   foto Falkland Islands Government

Até agora as ilhas eram ligadas a Londres por voos militares (que acolhem civis pagantes) e a Rio Gallegos (Argentina) e Santiago (Chile) por um voo semanal da Latam chilena.

Glenn Sturdee/ Fox Bay Windswept/  Falkland Islands Government

www.falklands.gov.fk

O novo marco hoteleiro paulistano integra o conjunto imobiliário do Parque da Cidade, na Chácara Santo Antonio, que ficará totalmente pronto em 2019 com 9 torres corporativas e residenciais e um shopping center. O projeto do prédio do hotel, de 258 apartamentos, é do escritório de arquitetura americano HKS.

Como todo Four Seasons, o paulistano também dá especial atenção à gastronomia. O salão do restaurante, de pé direito duplo diante da cozinha aparente, é especialmente bonito.

Agnolotti de cordeiro com mussarela de búfala: pegada
italiana no menu   Tadeu Brunelli

Paolo Lavezzini: da praia de Ipanema para as margens do
rio Pinheiros   Diego Padgurschi/Four Seasons

Lá reina agora o chefe italiano Paolo Lavezzini, ex-Fasano Rio, que ao mudar de cidade e de grife teve que abrir mão do hábito de surfar diariamente no mar carioca

www.fourseasons.com/br/saopaulo