Nas duas capitais, a Brazilian Luxury Travel Association, que congrega os melhores hotéis e empresas de receptivo do país, apresentou o Brasil como meta para viajantes qualificados em busca de exotismo tropical, com um olho no máximo de conforto contemporâneo e outro na sustentabilidade. 

“Mitigamos o pouco investimento que é feito na divulgação do Brasil no exterior com uma ação focada nos dois principais mercados emissores de turistas de luxo para nós”, diz o presidente da BLTA, Martin Frankenberg.

A BLTA congrega pérolas como o Cristalino Lodge, de Alta Floresta (MT) —  agraciado com o Prêmio Sustentabilidade – Sustainable Vision Award da entidade em 2018, cujas fotos ilustram esta nota —, a rede Fasano, os hotéis Emiliano, o Anavilhanas Jungle Lodge, de Nova Airão (AM), o Carmel Charme Resort, de Aquiraz (CE) e, entre muitos outros, o Palácio Tangará, de São Paulo.

Aninhado na curva do rio, o Cristalino Lodge quase se confunde com a floresta  foto Edson Endrigo

“A sustentabilidade é a bandeira do novo luxo”, diz Simone Scorsato, diretora-executiva da associaçao. “As pessoas desejam, mais do que consumir produtos, consumir experiências transformadoras que agucem seus sentidos e as conectem de forma mais simples e direta com a cultura e o meio ambiente local”. As embaixadas do Brasil em Paris e Londres acolheram o evento em seus salões, de olho em bons resultados nas rodadas de negócio entre representantes dos hotéis e os operadores locais.

Uma quarta ligação vem aí: a companhia Virgin Atlantic, do ex-hippie bilionário Richard Branson, voará a partir do ano que vem de São Paulo para Londres. A nova rota marca a primeira incursão da Virgin na América do Sul, e o avião prometido é um dos mais novos da frota de Branson: o Boeing 787 Dreamliner.   

As tarifas ainda não estão definidas, mas serão oferecidas a luxuosa executiva da empresa (Upper Class) e quatro categorias de classe econômica: Premium Economy (a mais alta, com mais espaço, mais bagagem e alguns mimos, como nécessaire de viagem), seguida por Delight, Classic e Light, esta apenas com bagagem de mão e assento designado só no check in.

Em abril, nove hotéis ostentavam a marca na capital paulista. O avanço da rede costuma ser avassalador. Nasceu há 6 anos na Índia e lá está presente em 350 cidades com cem mil quartos. Chegou a Londres no passado com um hotel e fechará 2020 com 300 em todo o Reino Unido. Em um ano reuniu sob sua bandeira 87 mil quartos em 171 cidades chinesas.

A ideia foi de um estudante de 19 anos chamado Ritesh Agarwal, ex-bolsista da Thiel Fellowship, criada pelo fundador do gigante de pagamentos online PayPal. Agarwal não se conformava com a falta de pequenos hotéis decentes no seu país: ou havia palácios luxuosos para turistas ou muquifos degradantes para as pessoas comuns.

Ele criou e passou a oferecer sua plataforma de reservas aos hotéis independentes que aderiam à sua marca, desde que adotassem regras básicas como lençóis de qualidade, banheiros impecavelmente limpos, ar condicionado, wi fi e café da manhã.

Termina aí a padronização da rede, mas a fiscalização é intensa e permanente. Os hotéis paulistas já operando com a marca OYO adicionada ao antigo nome cobravam no final de abril diárias de cerca de 90 a 360 reais. Como no Uber, os preços flutuam de acordo com a demanda em função das datas e da localização.