INOVAÇÃO

Pesquisa no campo e na indústria

Publicado em 25 de julho de 2018, 10:58:34

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A EMBRAPA, estatal de pesquisa agropecuária criada em 1973, é um excepcional caso de sucesso no árido cenário da inovação nacional. “Seus pesquisadores viabilizaram a agricultura no cerrado, um terreno tido, até então, como pouco propício para a lavoura, e o que se viu foi uma explosão da produção de soja, milho, algodão e da própria pecuária”, ressalta Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e coordenador do centro de agronegócio da Fundação Getulio Vargas.

O impressionante acervo da Embrapa contabiliza, hoje, quase 2 mil registros de propriedade industrial, entre patentes, softwares e marcas. As 47 unidades de pesquisa dispõem de autonomia, e de pessoal capacitado, para o encaminhamento de solicitações junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e organismos internacionais.

Uma lei de 1997 assegurou a proteção dos cultivares, como são chamadas as espécies de plantas aperfeiçoadas por pesquisas, e as patentes desta categoria na Embrapa estão prestes a superar as tradicionais. Soja, milho, arroz e feijão compõem os principais alvos de melhoramento genético.

“Todo o nosso trabalho é feito a partir de demandas dos produtores. Atuamos em conjunto com grandes e pequenas empresas”, observa Sibelle de Andrade Silva, assessora de transferência de tecnologia da Embrapa.

Na cola do extraordinário desempenho da Embrapa, o governo criou, em 2013, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, ou Embrapii, hoje com 42 unidades abrigadas em centros públicos e privados, como a própria Embrapa e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo.

Nestes quatro anos de existência, a Embrapii acompanhou 260 projetos de 160 empresas, orçados em 450 milhões de reais. Só no ano passado, registrou um aumento de 133% no número de projetos desenvolvidos em parceria com empresas.

“A indústria não tem centros de pesquisa e desenvolvimento, não contrata doutores para realizar pesquisas, não financia projetos e, consequentemente, não gera patentes. Nosso objetivo é suprir essa carência”, diz o diretor-presidente. Jorge Almeida Guimarães.

Os projetos de maior relevância são desenvolvidos nas áreas de eletroeletrônica, informática, petróleo e gás, aeronáutica e química. A Embrapii entra com 33% dos recursos, os centros de pesquisa com 21% não financeiros (infraestrutura, salários dos pesquisadores e know-how) e a empresa, com os restantes 46%.

“Esse modelo diminui os riscos consideravelmente”, assinala Guimarães. “A negociação é rápida, com pouca burocracia, e temos agilidade na conclusão dos projetos.”

Sete projetos de inovação estão sendo tocados em uma parceria com empresas brasileiras e britânicas, um empreendimento de 14 milhões de reais que envolve tecnologias nas áreas de internet das coisas, big data, gerenciamento de tráfego e mobilidade urbana, soluções em energias limpas e infraestrutura de água e esgoto. É um mundo novo que se abre para a pesquisa brasileira.

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