INOVAÇÃO

Arrancada nordestina

Publicado em 25 de julho de 2018, 10:22:17

Leia a matéria completa

Esta reportagem é composta de seis partes. Leia os demais textos nos links abaixo:

Compartilhe

FENÔMENO RECENTE no universo da propriedade intelectual, as escolas de ensino superior do Nordeste vêm ampliando sua presença no setor nos últimos anos. Entre 2002 e 2012, a Universidade Federal de Pernambuco (UFP) foi a única representante regional no ranking acadêmico de pedidos de patente do Inpi.

De 2013 para cá, ganhou a companhia de mais três entre os dez maiores solicitantes – as federais do Ceará, da Bahia e do Rio Grande do Norte – e de outras duas, a de Sergipe e a da Paraíba – no segundo pelotão de requisitantes de patentes.

A arrancada nordestina se deve à associação de 36 universidades na Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do Norteste (NIT NE), uma organização que, além de estimular e ensinar o caminho dos pedidos de patentes, trabalha pela aproximação dos acadêmicos e pesquisadores da região.

Outra iniciativa de bons resultados foi a instalação da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), que há dois anos lançou duas plataformas digitais para facilitar a integração de pesquisadores públicos e privados no estado – o que triplicou os pedidos de patentes da federal do Ceará.

“Em 2016, alcançamos o quarto posto no ranking do Inpi, com 58 pedidos de registros de invenções”, ressalta o professor Francisco Cavalcanti, coordenador de inovação tecnológica da UFC.

Entre as novidades geradas na universidade, figura um curativo para queimaduras à base de pele de tilápia, que acelera a cicatrização e propicia reduções de 40% no custo dos tratamentos. A tecnologia foi desenvolvida com o apoio da Enel, a antiga Companhia Energética do Ceará, que já demonstrou interesse no licenciamento do curativo.

Em atividade há dez anos, o NIT da federal do Rio Grande do Norte prestou apoio para a instalação de um programa de pós-graduação em propriedade intelectual e transferência de tecnologia que soprou um muito necessário vento de renovação no meio acadêmico local.

“O preconceito contra a pesquisa aplicada, de cunho prático, é coisa do passado. Ainda há pesquisadores que não podem nem ouvir falar em trabalhos financiados por empresas, mas hoje, felizmente, são minoria”, observa Araújo. É uma mudança de mentalidade que faz toda a diferença.

Voltar para a home page da Revista PIB