O jornal francês Le Monde reporta a ofensiva do governo da China para assegurar o fornecimento de matérias-primas essenciais ao plano de estímulo da economia chinesa contra a crise global, e cita o acordo anunciado na semana passada com a Petrobras para a compra de até 160 mil barris de petróleo/dia (em contrapartida, o Banco de Desenvolvimento da China poderá emprestar US$ 10 bilhões à Petrobras para financiar a exploração das reservas de petróleo do pré-sal, no subsolo da plataforma continental brasileira).
A matéria do Le Monde (L'offensive mondiale de la Chine pour , 20/2/2009) assinala também a sequência de aquisições e propostas que empresas chinesas tem feito a empresas australianas produtoras de minérios e metais, das quais a mais importante é a aquisição de uma fatia de 9% do capital da mineradora Rio Tinto pela chinesa Chinalco, grande produtora de alumínio.
Posição de força
O negócio de 19,5 bilhões de dólares - o maior já realizado por uma empresa chinesa no exterior, segundo o jornal - depende ainda da aprovação do governo da Austrália, e faria da Chinalco a dona de 18% da Rio Tinto. Mas há uma grande preocupação no país com a ofensiva chinesa sobre a indústria da mineração australiana, que envolve três outros negócios em andamento, informa o Le Monde.
Os australianos temem que as firmas donas das concessões para explorar os recursos naturais do país passem para as mãos de seus principais clientes, os chineses. O caso ilustra a posição de força de Pequim na atual situação de crise da economia mundial, que fragiliza os vendedores e reforça os ganhos dos compradores, analisa o jornal francês.